Guia da FIV após os 45 anos

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31 Jan 2025
Uma mulher grávida segura a sua barriga de grávida e sorri para a câmara.

Não está sozinho

Se está a ponderar realizar tratamentos de FIV após os 45 anos, é possível que esteja um pouco assustada, mas não está sozinha.

Há muitas mulheres a percorrer este caminho com sucesso e, com o apoio e conhecimentos certos, também poderá fazê-lo.

Na Procriar, entendemos os desafios e questões específicos de realizar tratamentos de fertilidade numa idade mais madura. O nosso objetivo é guiá-la de forma profissional e compreensiva ao longo de todo o processo. 

Questões a considerar sobre a FIV após os 45 anos

Iniciar um tratamento de FIV após os 45 anos envolve passar por desafios específicos e tomar decisões importantes.

Entender alguns fatores relevantes, como regulamentos, os exames que terá de realizar previamente, protocolos de tratamento e taxas de sucesso, pode ser uma ajuda na hora de tomar decisões informadas e de lidar com o processo com confiança.

 

 

Uma imagem de um homem e uma mulher sentados juntos num sofá, a terem uma conversa séria sobre a sua viagem de fertilidade.

Regulamentos e orientações

O limite de idade para realizar tratamentos de FIV varia de país em país. Por exemplo, no Reino Unido, a maioria das clínicas privadas estabelece um limite de idade para a utilização de tecnologias de reprodução assistida (TRAs) entre os 43 e os 45 anos, enquanto que o SNS só permite até aos 42-43. No entanto, em Portugal, não há regras específicas quanto à idade, o que permite tratamentos até perto dos 50 anos. 

Várias clínicas em toda a Europa estão bem equipadas para realizar tratamentos de FIV em mulheres após os 45 anos. Graças aos avanços da doação de óvulos e aos planos de tratamento personalizados, os 45 anos não marcam necessariamente o fim do seu caminho pela fertilidade.

Exames a Realizar Antes da FIV

Quando a idade das pacientes é igual ou superior a 45 anos, realizamos uma série de exames para avaliar a viabilidade e o potencial de sucesso do tratamento. Começamos por uma avaliação da reserva ovariana para determinar a viabilidade da utilização dos próprios óvulos e para planear a estratégia de estimulação ovariana mais eficaz. 

Sobre a avaliação da reserva ovariana

Uma avaliação à reserva ovariana consiste num conjunto de exames realizados para verificar a quantidade de óvulos viáveis contidos nos ovários de uma mulher. E porque é que isto importa? Ao contrário dos homens, que produzem sémen ao longo de toda a vida, as mulheres já nascem com os óvulos que terão a vida toda. Ao longo do tempo, a quantidade vai diminuindo.

Quando uma mulher entra nos seus 40, principalmente depois dos 45, o número de óvulos restantes é bastante reduzido, assim como a sua qualidade. Esta situação dificulta a gravidez natural ou através de tratamentos de infertilidade como a FIV.

Porque é que verificamos a sua reserva ovariana?

Saber a quantidade de óvulos viáveis que lhe restam ajuda os médicos a entender o seu potencial de fertilidade. Esta informação é crucial para planear a melhor abordagem para o seu tratamento.

Como é que funciona uma avaliação da reserva ovariana?

A avaliação envolve vários exames importantes:

Exame Anti-Mülleriano:

O Que Mede: Os níveis da hormona Anti-Mulleriana (AMH) no seu sangue.

Porque é que é Importante: A AMH é produzida pelos folículos ovarianos e indica a quantidade de óvulos restantes. Níveis mais elevados de AMH significam que tem uma maior reserva ovariana.

Contagem de Folículos Antrais:

O Que Mede: A quantidade de pequenos folículos nos seus ovários, observados através de uma ecografia transvaginal.

Porque é que é Importante: Cada folículo pode potencialmente libertar um óvulo. Esta contagem permite obter uma estimativa visual da quantidade de óvulos restantes.

Exame da Hormona Foliculoestimulante (FSH):

O Que Mede: Os níveis de FSH no seu sangue, no terceiro dia do seu ciclo menstrual.

Porque é que é Importante: Níveis elevados de FSH podem indicar uma reserva ovariana mais reduzida, uma vez que o seu corpo precisa de se esforçar mais para estimular os ovários.

Exame de estradiol:

O Que Mede: Os níveis de estradiol no seu sangue, normalmente no terceiro dia do seu ciclo menstrual.

Porque é que é Importante: Níveis elevados de estradiol podem mascarar níveis elevados de FSH. Assim, este exame proporciona mais contexto para avaliar o funcionamento dos ovários.

Entender o contexto da sua reserva ovariana ajuda-nos a planear e a maximizar as chances de uma gravidez bem sucedida.

Outros exames pré-FIV

Para assegurar que uma potencial gravidez seja segura, verificamos minuciosamente a estrutura do útero, para confirmar que tem capacidade para suportar uma gravidez. Recomendados que realize um papanicolau para identificar quaisquer anomalias no colo do útero que possam afetar a sua saúde ou a gravidez.

Sugerimos também uma mamografia para rastrear quaisquer problemas de saúde mamária, uma vez que é importante resolver estas questões antes de iniciar o tratamento. Estes exames, juntamente com outros exames médicos mais gerais, permitem-nos criar o plano de tratamento mais seguro e eficaz possível para si.

Com estas medidas, queremos garantir que o seu corpo estará pronto e saudável para uma gravidez e aumentar as suas chances de uma parentalidade bem-sucedida e segura.

Protocolos de tratamento adaptados

Na Procriar, acreditamos em planos de tratamento personalizados. Para pacientes com mais idade, poderemos recomendar protocolos de dupla estimulação, para acumular óvulos antes da fertilização.

Os protocolos de dupla estimulação consistem em duas rondas de estimulação ovárica no mesmo ciclo menstrual, o que significa que os ovários são estimulados para produzir óvulos duas vezes, em vez de uma. 

O que é a estimulação ovárica?

A estimulação ovárica é um processo utilizado em tratamentos de fertilidade para encorajar os ovários a produzir vários óvulos num só ciclo. Normalmente, o corpo de uma mulher só liberta um óvulo por ciclo menstrual.

No entanto, com a ajuda de medicação de fertilidade, podemos estimular os ovários para produzir vários de uma só vez, através da administração de injeções hormonais que imitam as hormonas reprodutivas naturais do organismo.

Ao produzir vários óvulos, a probabilidade de recolher óvulos viáveis para fertilização aumenta, o que é importante principalmente para pacientes com mais idade ou com uma reserva ovariana reduzida.

Este processo é acompanhado minuciosamente através de ecografias e análises ao sangue, para garantir que os ovários estão a responder bem e para ajustar as dosagens dos medicamentos conforme necessário.

A abordagem da dupla estimulação pode ajudar a aumentar o número de óvulos recolhidos e, por isso, a aumentar a probabilidade de uma fertilização bem sucedida que, por sua vez, aumenta a probabilidade de conseguir gerar uma gravidez.

Entendemos que possa ser difícil e emocionalmente desgastante de aceitar caso se verifique que não é viável utilizar os seus próprios óvulos, quer devido à sua quantidade ou qualidade.

Nestes casos, disponibilizamos tratamentos com óvulos doados altamente personalizados. Estes tratamentos são adaptados ao seu historial médico e aos seus problemas de fertilidade, de forma a garantir os melhores cuidados e apoio possíveis.

A utilização de óvulos doados pode aumentar significativamente a probabilidade de uma gravidez bem sucedida e representa uma esperança, quando as outras opções não funcionam.

Testes genéticos e técnicas avançadas

Para pacientes com mais de 45 anos, recomendamos realizar um rastreio PGT-A, já que existe um risco elevado de anomalias genéticas nos óvulos, conhecidas como aneuploidias.

Um PGT-A, ou rastreio de aneuploidias pré-implantação, ajuda-nos a identificar embriões com o número de cromossomas correto.

Este rastreio é importante porque ter o número correto de cromossomas aumenta significativamente a probabilidade de uma gravidez saudável e reduz o risco de aborto espontâneo.

À medida que as mulheres avançam na idade, os seus óvulos são mais propensos a anomalias cromossómicas, ou seja, cromossomas a menos ou a mais. Esta situação pode afetar a capacidade do embrião se desenvolver normalmente.

Através de um PGT-A, podemos examinar os embriões antes de serem implantados, de forma a garantir que têm o número correto de cromossomas e que terá maior probabilidade de conseguir engravidar.

É muito importante conversar de forma honesta sobre a viabilidade de utilizar os seus próprios óvulos em comparação com óvulos doados.

À medida que as mulheres avançam na idade, a quantidade e qualidade dos seus óvulos diminui, o que pode dificultar uma gravidez com os próprio óvulos.

Em alguns casos, a utilização de óvulos doados por mulheres mais novas e saudáveis pode representar melhores probabilidades de sucesso.

Na Procriar, damos-lhe apoio e compreensão nestes momentos decisivos. Estamos aqui para a informar e ajudar a tomar as melhores decisões durante o seu caminho pela fertilidade.

Garantimos que se irá sentir apoiada ao longo de todo o processo, desde o início do tratamento até ser mãe.

 

 

Uma mulher faz um sinal de coração com as duas mãos juntas, tendo como pano de fundo um sol poente.

Taxas de sucesso e recomendações

A utilização dos próprios óvulos aos 45 anos tem uma taxa de sucesso de 2-3%, sendo bastante reduzida.

Em alguns casos, pode até ser impossível, devido a uma reserva ovariana reduzida. Sabemos que esta situação é desencorajadora e que é importante abordá-la com compreensão e compaixão.

Por outro lado, a doação de óvulos tem uma taxa de sucesso significativamente mais elevada, variando entre 60% a 70%.

Esta opção oferece uma alternativa promissora, já que a taxa de sucesso é bastante mais elevada.

Com taxas de gravidez cumulativas superiores a 90% após várias transferências de embriões, a utilização de óvulos doados pode aumentar significativamente as chances de uma gravidez bem sucedida.

O que é a doação de óvulos?

Os óvulos são doados por mulheres mais novas e saudáveis que querem ajudar outras mulheres a engravidar.

Esta opção costuma ser recomendada quando os óvulos de uma mulher não são viáveis devido à idade, quando a reserva ovariana é reduzida, ou devido a outros aspetos médicos.

Como funciona o processo da doação de óvulos?

  1. Seleção de uma dadora: O processo começa pela seleção de uma dadora de óvulos adequada. As dadoras são submetidas a exames médicos e psicológicos minuciosos, para garantir que são saudáveis e capazes de produzir óvulos de alta qualidade. Na Procriar, dispomos de dadoras não anónimas, o que significa que pode ter acesso aos perfis detalhados das potenciais dadoras.
  2. Estimulação ovárica: Assim que a dadora estiver selecionada, será submetida a uma estimulação ovárica, um processo que envolve a administração de injeções hormonais para estimular os ovários a produzir vários óvulos num só ciclo.
  3. Recolha de óvulos: os óvulos são recolhidos dos ovários da dadora através de um pequeno procedimento cirúrgico.
  4. Fertilização: Os óvulos recolhidos são fertilizados em laboratório com o esperma do pai (ou de um dador de esperma, se necessário) para se desenvolverem até se tornarem embriões.
  5. Transferência dos embriões: Após alguns dias de desenvolvimento, os embriões mais saudáveis são selecionados e transferidos para o útero da recetora, onde podem realizar a implantação e gerar uma gravidez.

Questões sobre a genética

Entendemos que a utilização de óvulos doados levante algumas preocupações acerca da conexão genética com o seu bebé. Confira alguns pontos importantes a considerar:

  • Correspondência genética: Na Procriar, fazemos uma correspondência cuidadosa entre dadoras e recetoras, tendo em conta características físicas e outras preferências, para garantir alguma semelhança.
  • Afeto Durante o crescimetno: A genética é apenas uma parte do que constitui uma família. O amor, carinho e afeto que irá proporcionar à criança têm um papel crucial no seu desenvolvimento e identidade. A vossa conexão será construída através de experiências partilhadas e da relação que desenvolverem juntamente.
  • Epigenética: Estudos demonstram que o ambiente no útero, proporcionado pela mãe que carrega o bebé, pode influenciar a expressão genética. Isto significa que, mesmo com um óvulo doado, a mãe que carrega a gravidez pode impactar o desenvolvimento da criança de forma significativa.

Doação de óvulos não anónima

Na Procriar, pode recorrer à doação de óvulos não anónima. Isto significa que a criança concebida através de um óvulo doado tem o direito de saber a identidade da dadora, após completar os 18 anos de idade.

Esta situação permite que haja transparência e que a criança se informe sobre o seu historial genético quando for mais velha, fator que pode ser importante para muitas famílias.

A doação não anónima também permite que as recetoras tenham acesso ao perfil detalhado de potenciais dadoras, o que garante uma correspondência mais próxima a nível de características físicas e de outros traços.

Optar pela utilização de óvulos doados pode ser um passo positivo e promissor para alcançar o seu sonho de se tornar mãe.

O tratamento com doação de óvulos representa uma opção bastante viável para muitos casais, devido às taxas de sucesso elevadas e ao potencial de uma forte conexão com o seu bebé.

Duas mulheres, uma médica e uma paciente, sentam-se juntas a uma mesa com um computador, a discutir tratamentos de fertilidade.

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E, por último: a equipa da Procriar deseja-lhe a maior das sortes. Estamos aqui para lhe dar apoio ao longo de todo o processo.